Senador bolsonarista, espalhador de fake news, que se passa por agente da S.W.A.T., é investigado por obstruir a Justiça em inquéritos sobre os atos golpistas do 8 de janeiro
A Polícia Federal realizou na tarde desta quinta-feira (15) uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES). O político, que tem pouca credibilidade e finge ser da S.W.A.T americana, é tão ridículo que causa constrangimentos até dentro do bolsonarismo.
Recentemente, ele tentou se digladiar com o ministro da Justiça, Flávio Dino, numa audiência no Senado, e tomou uma entortada que ficou famosa na casa. Dino disse que se (Marcos do Val) era da S.W.A.T., ele, ministro, era dos Vingadores. Do Val é investigado por obstruir investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro.
A operação de busca e apreensão foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e está relacionada a postagens criminosas do senador bolsonarista nas redes sociais. Moraes também determinou que do Val deve prestar depoimento. As buscas incluem o gabinete de Marcos do Val no Senado. Suas redes sociais também foram bloqueadas por decisão da Justiça.
m 2 de fevereiro, em entrevista à revista Veja, o senador inventou uma história de que ele teria participado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de uma reunião golpista na qual teria ficado combinado que ele grampearia Moraes motivando um pedido ilegal de prisão do ministro. A trama envolvia intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar o resultado das eleições de outubro.
Após oferecer uma série de versões contraditórias sobre a reunião e o suposto plano golpista, o senador chegou a dizer que “um dia as pessoas vão entender” e o “objetivo foi atingido”. Ele apresentou três versões diferentes sobre o local em que o encontro teria ocorrido, citando o Palácio da Alvorada, a Granja do Torto e o Palácio do Jaburu. O senador se tornou um disseminador contumaz de desinformação, segundo ele próprio, para “sacudir o sistema”.
No dia 3 de fevereiro, Alexandre de Moraes decidiu abrir apuração contra o senador. De acordo com a decisão, foi determinado que “seja autuada petição autônoma e sigilosa, a ser instruída, inicialmente, com a cópia do pedido da Polícia Federal para autorização da realização de sua oitiva, com o despacho de autorização e com o inteiro teor de seu depoimento”.