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Trump deixa Tribunal de Miami como réu e fichado

    O ex-presidente Donald Trump foi indiciado nesta terça-feira (13), em Miami, por um tribunal federal, sob acusação de manter em sua mansão documentos sigilosos subtraídos da Casa Branca, obstrução da justiça e retenção ilegal dos documentos, um total de 37 acusações que podem levar a dezenas de anos de prisão. Isto é, virou réu.

    Na sexta-feira (9), um grande júri de Miami deu prosseguimento a acusação, seguindo uma investigação de meses liderada pelo advogado especial Jack Smith, nomeado pelo procurador-geral [ministro da Justiça] de Biden, Merrick Garland.

    Em março, outro grande júri, em Nova York, havia indiciado Trump no caso do suborno pago a uma ex-atriz pornô para que não revelasse affair durante a campanha eleitoral de 2016. Contra Trump há ainda a acusaçao de ser o instigador da invasão do Capitólio de 6 de janeiro de 2021, para virar a mesa e impedir a posse de Biden, além de variadas fraudes fiscais. E, claro, o famoso pedido ao procurador-geral da Geórgia para lhe arrumar “11.000 votos” para fraudar a eleição, investigação ainda em curso.

    Trump, que se diz vítima de uma “caça às bruxas”, se declarou “inocente”. Ele teve de tocar piano, como se diz na gíria das delegacias sobre a tirada de digitais, mas foi poupado de posar para aquela foto característica. Um compreensivo juiz federal havia proibido celulares no interior do tribunal para evitar qualquer registro do que nos EUA é chamado de “rendição”.

    Para a Associated Press, é também um divisor de águas para um Departamento de Justiça que até a semana passada nunca havia apresentado acusações contra um ex-presidente. Pela lei americana, estar indiciado não interfere na elegilidade e Trump continua sendo tido como o favorito entre os republicanos na corrida a indicação a presidencia em 2024.

    O tom geral da mídia foi noticiar o indiciamento e a declaração de inocência. O Washington Post não se agüentou e pespegou uma legenda: “Como o primeiro ex-presidente americano a ser acusado de crimes federais, Trump enfrenta a possibilidade de anos de prisão”, seguida da declaração de seu advogado, Todd Blanche, de que “certamente entramos com uma alegação de inocência”.

    Segundo os promotores, Trump reteve intencionalmente centenas de documentos confidenciais que levou consigo da Casa Branca para Mar-a-Lago depois de deixar o cargo em janeiro de 2021. O material que ele armazenou, inclusive em um banheiro, salão de baile, quarto e chuveiro, incluía material sobre programas nucleares, capacidades de defesa e armas dos governos dos EUA e estrangeiros e até um “plano de ataque” do Pentágono.

    Que coisa: “plano de ataque” do Pentágono largado na garagem, ou no megabanheiro de Mar-a-lago. Ele também foi acusado de exibir arquivos confidenciais para visitantes.

    Nas imediações do tribunal, uma diversificada fauna, em que não faltava sequer os “negros por Trump”  e as mal amadas da Flórida, trazidos de ônibus de vários locais do estado, embora muito menos gente do que andaram alardeando, se aglomerou para expressar seu apreço pelo biliardário e aplaudir a comitiva na chegada.

    Ambulantes aproveitavam para faturar com máscaras com a cara de Trump e camisetas de “inocente”, enquanto um homem envolto em uma bandeira norte-americana também andava com uma cabeça de porco empalada em uma vara. O doidinho dos chifres, por razões de força maior, não pôde comparecer. Um manifestante vestido com um falso macacão de prisão com uma placa de “tranque-o” foi afastado pelos correligionários de Trump e por policiais, sob os olhares de turistas. Um carnaval fora de temporada.

    Trump também enfrentou alguns contratempos com sua equipe de defesa. Dois de seus principais advogados anunciaram renúncia na manhã seguinte à acusação, e as anotações e lembranças de outro advogado, M. Evan Corcoran, são citadas repetidamente ao longo do documento de acusação de 49 páginas, sugerindo que os promotores o têm na mira como potencial testemunha-chave.

    Trump está sendo representado no caso por Todd Blanche, um advogado que também o defende no caso de fraude fiscal em Nova York, bem como pelo advogado da Flórida Chris Kise, que ingressou no grupo de advogados de Trump no ano passado. Há notícias de que o ex-presidente está tentando reforçar seu time no tribunal.

    Após o indiciamento, a comitiva de Trump deixou o tribunal federal e fez uma parada em um café popular na comunidade de Little Havana, em Miami. Pouco antes das 17h, seu jato decolou do aeroporto de Miami rumo a Nova Jersey, onde ele participa de um evento de arrecadação de fundos em seu clube Bedminger. Aliás, um local citado em dois incidentes importantes da acusação. Com o cinismo habitual, Trump disse ao American Midia que os democratas “estão usando isso porque não podem ganhar a eleição de forma justa e honesta”.

    A campanha de Trump enviou e-mails de arrecadação de fundos na manhã de terça-feira. “Por favor, faça uma oração pela América hoje”, disse o ex-presidente em um e-mail. “Porque nosso sistema de justiça está MORTO”, dramatizou.

    Trump ainda reclamou que os documentos que levou estavam melhor guardados do que os levados por Biden, abandonados segundo ele “numa biblioteca” e “numa garagem com uma portinha de metal”.

    Um parlamentar da bancada trumpista prometeu barrar, daqui pra frente, qualquer nomeação para o Departamento de Justiça.

    Assim, a próxima campanha eleitoral dos EUA promete grandes emoções. Os republicanos ameaçam divulgar um áudio do suborno de 10 milhões de dólares de um oligarca ucraniano dono de uma empresa de gás, para afastar um procurador-geral ucraniano inconveniente, logo depois do golpe de 2014 em Kiev, quando o bom pai conseguiu um lugar na diretoria da Burisma para seu filho Hunter. E o “laptop do inferno” de Hunter também aparece e some de tempos em tempos no noticiário, tirando o sossego na Casa Branca.

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