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O grande sonho do Ocidente: as raízes do histórico desejo de desmembrar a Rússia

    Há séculos o principal sonho das potências ocidentais tem sido encontrar um meio de enfraquecer e desmembrar território russo. Essa constante geopolítica decorre da ideia de que os recursos, o território e o poderio acumulados pela Rússia no decorrer de sua história são uma ameaça direta aos projetos de dominação global empreendidos pelo Ocidente.

    Desde meados do século XIX, estes projetos têm sido encabeçados por poderes europeus como Reino Unido, França, Alemanha e, a partir do século XX, pelos Estados Unidos. Em verdade, sempre existiu uma certa inquietação com o fato da Rússia (seja na forma de Império Russo ou como núcleo decisor dentro da União Soviética) constituir-se como uma “potência fundamental” do sistema internacional. Ora, pelo menos desde o início do século XVIII, após a vitória na Guerra do Norte (1700-1721) contra a Suécia, os russos adquiriram uma importância inegável na resolução e condução dos negócios europeus.

    No século XIX, por sua vez, com a vitória sobre as forças napoleônicas, a Rússia adquiriu a alcunha de “gendarme da Europa”, representando então a principal potência terrestre do continente. Com efeito, os países europeus desde então enxergavam com apreensão as capacidades acumuladas pelo Império Russo, cujo território e forças militares se afiguravam como superiores aos recursos combinados de todas as demais potências europeias. Com isto, a avaliação, sobretudo dos britânicos, era de que a Rússia representava uma ameaça a ser detida, e de que a expansão da sua influência regional e continental precisaria ser combatida a todo o custo. A partir deste momento, começou-se a formular ideias sobre a necessidade de enfraquecer a Rússia e, idealmente falando, provocar um desejado desfalecimento de seu gigantesco território.

    Esse tipo de pensamento geopolítico, que ganhou corpo especialmente no âmbito da chancelaria britânica do século XIX, fora herdado posteriormente por importantes formuladores de políticas nos Estados Unidos que, com o final da Guerra Fria, ansiavam por um eventual esfacelamento da Rússia, a exemplo do que ocorrera com a União Soviética em 1991.

    Não surpreende, portanto, que o ex‑assessor de Segurança Nacional americano Zbigniew Brzezinski, verdadeiro arquiteto do caos, opinasse num artigo escrito em 1997 para a influente revista Foreign Affairs que a Rússia deveria ser politicamente decentralizada, transformando-se numa confederação frouxa composta por três grandes repúblicas: Europeia, Siberiana e Extremo-Oriental. Brzezinski indicava nas entrelinhas que, com esta divisão, o desejado desmembramento futuro da Rússia poderia ser enfim atingido. Para ele, um dos cenários mais perigosos para o predomínio global estadunidense era justamente o (re)surgimento de potências importantes no sistema, com uma disposição propriamente “anti-hegemônica” e capazes de influenciar outros Estados nessa mesma direção. Certamente que para Brzezinski uma Rússia confiante e territorialmente integrada poderia representar exatamente esse tipo de ameaça.

    Notavelmente, para além das especulações de Brzezinski, previsões quanto à desintegração iminente da Rússia eram bastantes populares em alguns círculos acadêmicos do Ocidente no começo dos anos 2000. No início daquela década, por exemplo, um relatório da CIA previa que, se as tendências testemunhadas durante a década de 1990 continuassem, até 2015 a Federação da Rússia estaria dividida em oito Estados independentes. Já o clube de Bilderberg (que reúne especialistas em indústria, finanças, educação e mídia das elites europeia e norte-americana) chegou inclusive a discutir um projeto de divisão da Rússia em diferentes zonas de controle, nas quais o Centro e a Sibéria ficariam sob a tutela estadunidense, o Noroeste russo sob a tutela da Alemanha, o Sul sob controle turco e as regiões do Volga e do Extremo Oriente sob a tutela do Japão.

    Se voltarmos o olhar um instante para o século XX, não raro também encontramos interpretações de que quanto maior o território de um Estado, maior sua segurança diante de ataques estrangeiros. O próprio Adolf Hitler, que invadiria a União Soviética em 1941 causando a sua própria desgraça, acreditava que o tamanho de um Estado era um elemento dissuasório para ataques estrangeiros. Isso se dava pois, segundo ele, quanto maior fosse um Estado, mais difícil seria subjugá-lo, pois derrotar um tal Estado só seria possível ao custo de duras lutas.

    Seja como for, no final dos anos 1990 e começo dos anos 2000 parte das elites no Ocidente enxergaram mais uma chance de verem seu sonho de desmembrar a Rússia realizado, em função do acirramento das atividades de grupos separatistas da Chechênia. Contando com o apoio tácito das potências ocidentais, tais grupos (que não representavam as populações locais) começaram a executar diversos ataques terroristas ao longo do país, no intuito de formarem uma república independente no sul da Rússia.

    iante desse contexto, Putin – como novo presidente da Rússia – teve participação ativa na aprovação e implementação da Segunda Campanha Chechena, que, a bastante custo, terminou por derrotar os terroristas no Cáucaso e enfim recuperar o controle central sobre a região. Era o fim daquelas tendências centrífugas experimentadas pela Rússia sobretudo durante a década de 1990. Putin entendia o papel do Ocidente e sua atuação “por trás dos panos” no acirramento das aspirações separatistas daqueles grupos chechenos, uma vez que a intenção era utilizá-los para justamente atingir o tão sonhado desmembramento e enfraquecimento da Rússia.

    Em resumo, seja por meio das invasões teutônicas no século XIII, das invasões francesa e alemã dos séculos XIX e XX ou por meio do terrorismo internacional no século XXI, uma constante permanece: o desejo do Ocidente pelo esfacelamento do território da Rússia.

    Para infelicidade das potências ocidentais, no entanto, os russos sempre se mostraram prontos para defender sua independência política, soberania e integridade territorial. Logo, o sonho ocidental de desmembrar a Rússia continuará sendo apenas um sonho. Enquanto isso, a afirmação da Rússia no mundo continua sendo o pior de seus pesadelos.

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