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Orgia de Bolsonaro com dinheiro público provocou calote bilionário na Caixa

    “Mito” arrombou os cofres da Caixa para tentar derrotar Lula nas eleições. Cerca de 80% do dinheiro liberado em “empréstimos” na véspera da eleição não voltou para o banco

    Jair Bolsonaro (PL) provocou um calote bilionário na Caixa Econômica Federal ao usar ilegalmente o banco público na tentativa de derrotar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Criou duas linhas de créditos – uma para a população negativada e outra para os beneficiários do Auxílio Brasil. Com isso, ele emprestou bilhões às vésperas da eleição e não garantiu que o dinheiro retornasse ao banco.

    O programa de “boca de urna” com empréstimos para pessoas negativadas foi iniciado em março de 2022. Ele envolveu a soma de R$ 3 bilhões. Deste total, quase nada voltou para o caixa do banco. A inadimplência do programa eleitoreiro chegou a 80% no ano, segundo dados da atual presidente do banco, Rita Serrano, ou seja, a cada R$ 1.000 emprestados, R$ 800 não foram pagos.

    A orgia com o dinheiro público liberava de R$ 300 a R$ 1.000 para quem tinha dívidas de até R$ 3.000. A medida permitia que qualquer banco pudesse participar do programa, mas apenas a Caixa Econômica Federal se envolveu.

    Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego – que acompanha o desempenho da linha de crédito -, apenas no primeiro mês a Caixa emprestou R$ 1,3 bilhão. Cinco de cada seis pessoas que pegaram o crédito eram negativadas. Em um único dia 50 mil contratos foram assinados.

    Conforme a reportagem do site UOL, parte do rombo deverá ser coberto com verbas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Estima-se que seja utilizado R$ 1,8 bilhão do FGTS para cobrir o rombo, além de outros R$ 600 milhões a serem complementados pela Caixa. Após a revelação das acusações de assédio sexual de Pedro Guimarães, técnicos da instituição suspenderam os empréstimos para negativados.

    A outra medida provisória de Bolsonaro liberava empréstimos consignados ao Auxílio Brasil. Entre o primeiro e o segundo turno das eleições, foram liberados R$ 7,6 bilhões para os beneficiários. Em um só dia foram registrados 280 mil contratos. Com o “pente fino” nos devedores, mais de 100 mil pessoas irregulares foram excluídas do Bolsa Família este ano e o pagamento das parcelas do crédito agora é incerto.

    Conforme a reportagem, as medidas de Jair Bolsonaro custaram a queima de reservas do banco. No último trimestre de 2022, o índice de liquidez de curto prazo chegou a R$ 162 bilhões, R$ 70 bilhões a menos do que no ano anterior. Foi o menor nível do índice já registrado pela Caixa Econômica Federal, um indicador de risco. A liquidez referente é a quantidade de dinheiro mínima que o Banco Central obriga as instituições bancárias a terem sempre disponível para evitar uma quebra.

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