A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), afirmou, nesta quarta-feira (24), que a CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro, a CPMI do Golpe, como ficou conhecida, “não é importante para o governo, ela é importante para a democracia”. A parlamentar abordou o assunto durante entrevista ao programa Estúdio I, da GloboNews, quando também destacou o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados.
“Tem que ficar claro tudo o que aconteceu e os responsáveis por isso. E para chegar aos responsáveis tem que ter investigação”, defendeu a petista. “E, obviamente, Bolsonaro está no centro desses acontecimentos. Foi a grande liderança que incentivou, que estimulou os atos golpistas do dia oito, se nós pegarmos desde o que aconteceu depois da eleição de outubro e as tentativas de colocar sobre questionamento o resultado eleitoral, a ida dele pros Estados Unidos, o entorno dele falando sobre isso, a questão da ocupação na frente dos quartéis, os atentados que tiveram em Brasília. Você lembra disso, bomba no aeroporto?”, disse Gleisi.
“Quer dizer, isso tudo mostra que foi um movimento organizado por aqueles que apoiavam o Bolsonaro e incentivados pelo discurso dele colocando em cheque as eleições e também o ataque às instituições, principalmente ao Supremo Tribunal Federal. Então é óbvio que pra saber o que aconteceu a CPMI, no meu entender, tem que fazer o pedido de investigação sobre todas essas pessoas”, pontuou a presidenta do PT.
Ela também foi questionada sobre as expectativas do partido em relação à CPI do MST na Câmara. “Em relação à CPI do MST, é uma CPI que foi composta claramente para ter uma maioria da direita, da extrema-direita para fazer luta política com o PT e com o governo. Segundo a deputada, essa CPI nem deveria existir, pois “sequer tem objeto claro para ser convocada”.
Gleisi considerou uma importante vitória do governo a aprovação, na Câmara dos Deputados, do texto-base do projeto do arcabouço fiscal. “Foi um placar muito expressivo e, obviamente, que o governo fez as articulações, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) teve muitas vezes na Câmara dos Deputados, primeiro para explicar o arcabouço que foi apresentado e depois pra discutir com o relator e acertar os detalhes, enfim, as propostas que iriam a votação. Eu acho que dá pra computar também como uma vitória do governo”, afirmou.