Operação Lesa Pátria cumpriu ainda 3 mandados de busca e apreensão. Operação começou em 20 de janeiro e está na 12ª fase
A PF (Polícia Federal) deflagrou, nesta terça-feira (22), a 12ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos golpistas praticados por bolsonaristas terroristas contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, dia 8 de janeiro.
Nesta nova fase, o objetivo é identificar pessoas que participaram, financiaram, se omitiram ou fomentaram os atos, que resultaram em “violência e dano generalizado contra os imóveis, móveis e objetos daquelas instituições”.
Segundo os investigadores, mandado de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão foram cumpridos por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, informou, em nota, a PF, sem dar mais detalhes sobre as ações desta terça-feira.
A Operação Lesa Pátria segue seu curso com atualizações periódicas sobre o número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.
CONVERSA COMPROMETEDORA
A infiltração bolsonarista nas polícias militares tem como prova cabal a conversa mantida pelo major da PM, Flávio Silvestre Alencar, que escreveu em grupo de conversas de militares que “na primeira manifestação, é só deixar invadir o Congresso”.
A mensagem foi enviada em 20 de dezembro, antes dos ataques terroristas do dia 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes da República foram depredadas.
As mensagens foram encontradas no celular de outro policial, o tenente Rafael Pereira Martins, que havia sido preso em fevereiro, na 5ª etapa da investigação. À época, Flávio também foi detido pelos investigadores.
A conversa ocorreu em um grupo chamado “Oficiais PMDF”. Na troca de mensagens, os policiais comentavam sobre possíveis manifestações em Brasília. Em um momento da conversa, Flávio escreveu que, em caso de protestos, era para deixar invadir o Congresso Nacional. No fim do texto, ele enviou um “kkk”.
COMISSIVO
No dia dos ataques, o militar comandava o 6° Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, responsável pela Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios. Ele cobria férias do titular. Flávio já havia sido preso em fevereiro, na 5ª fase da operação.
De acordo com a PF, o major aparece em imagens feitas pela Polícia Judicial do STF. O vídeo mostra quando ele desceu do carro, se dirigiu à Tropa de Choque e sinalizou para que os policiais deixassem o local.
Imediatamente, os militares entraram nos carros e começaram a deixar o local. Cerca de 10 minutos depois, os golpistas avançaram em direção ao Supremo, sem resistência.
QUANDO COMEÇOU
A Operação Lesa Pátria foi deflagrada pela PF em 20 de janeiro com o intuito de identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos criminosos de 8 de janeiro em Brasília. E, logo no início da operação, 5 prisões foram confirmadas.
Na ocasião, os policiais cumpriram 8 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão em todo o País.
Foram, ao todo, 3 mandados de prisão em São Paulo — na capital paulista e em Campinas —, 2 no Distrito Federal e 1 em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.