Em agenda na Espanha, presidente defendeu que o banco dos Brics se torne um “grande banco de investimentos”; ao menos 19 países solicitaram entrar no grupo
O grupo de cooperação formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido com Brics, deve ganhar um novo ritmo nos próximos anos. Pelo menos no que depender do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, da sigla em inglês), conhecido como banco dos Brics, que passou a ser presidido por Dilma Rousseff, a ideia é que “se transforme num grande banco de investimentos, se possível maior que o Banco Mundial”, afirmou o presidente Lula, em agenda na Espanha.
Lula se encontrou com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, no Palácio Moncloa, ocasião em que assinaram:
– memorando de entendimento entre os ministérios do Trabalho dos dois países para o intercâmbio de informações sobre a reforma trabalhista na Espanha;
– memorando cooperação no ensino universitário entre o Ministério da Educação e Ministério de Universidades do Reino da Espanha;
– carta de intenções para a coordenação de projetos bilaterais de desenvolvimento e inovação tecnológica, entre Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, o Ministério de Ciência e Inovação da Espanha, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Brasil, e o Centro para o Desenvolvimento Tecnológico Industrial da Espanha.
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Moeda comum
Durante a coletiva após a assinatura dos memorandos, Lula falou também sobre a criação de uma moeda de negociação entre países do grupo.
“Eu sou favorável, no caso do Brasil com a América do Sul, que a gente crie uma moeda para a gente negociar e comercializar. Eu sou favorável que a gente crie nos Brics, uma moeda de negociação entre os nossos países, como os europeus criaram o Euro”.
A ideia foi colocada ao respaldar que o NDB fomente investimentos como fazem os bancos brasileiros, ao citar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), como exemplo.
“Sem dinheiro, sem crédito, a economia não cresce. Ou o Estado coloca dinheiro, ou os empresários colocam dinheiro. Se o Estado não pode colocar e os empresários não têm, os bancos têm que oferecer”, completou.
Mais países
A retomada do protagonismo dos Brics atrai novos integrantes para o grupo. Segundo Anil Sooklal, representante da África do Sul para o Brics, 19 países manifestaram interesse. A situação será debatida no próximo encontro de ministros das Relações Exteriores dos países membros, marcado para acontecer em 2 e 3 de junho na Cidade do Cabo.
Entres os países que solicitaram adesão estão Argentina, Irã, Egito e Argélia. No total 13 países pediram para entrar no grupo e 6 fizeram consultas. A China é o maior interessado na adesão de novos membros como forma de expandir a sua influência global.