O chefe interino do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Ricardo Cappelli, voltou a responsabilizar o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelos atentados contra o Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
Ele isentou de responsabilidade o antecessor no cargo, o general Gonçalves Dias, que se demitiu na semana passada, e culpou Augusto Heleno, aliado de Bolsonaro.
“O general Heleno ‘pilotou o carro’ por 4 anos e entregou o ‘veículo’ avariado e contaminado para o general G. Dias, que pilotou por apenas 6 dias. No 7° dia o carro pifou. De quem é a culpa? Não é possível falsificar a história. Conspiração não passa recibo”, publicou Ricardo Cappelli no twitter.
“Se o GSI não funcionou adequadamente” em 8 de janeiro, a culpa é de quem o dirigiu por 4 anos, e não por 6 dias, disse Cappelli em entrevista ao Fantástico, na noite deste domingo (23).
Ao Fantástico, Cappelli defendeu a postura de Gonçalves Dias durante o episódio. Segundo o atual chefe do GSI, Dias agiu corretamente ao conduzir os manifestantes para fora do 3º andar do Planalto, para que fossem presos no 2º andar.
“O general G. Dias adotou a postura correta, que era esvaziar o 3º andar, que é a área mais sensível, onde fica o gabinete do Presidente da República”, disse Cappelli na entrevista.
E acrescentou: “Então, primeiro você cuida do que é mais estratégico, que é o 3º andar. As prisões foram efetuadas no 2º andar, mais de 200 prisões”, disse o atual chefe do GSI, ao Fantástico.
GSI DIVULGOU ÍNTEGRA DOS VÍDEOS DA INVASÃO
O GSI divulgou, no domingo (23), por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, mais de 160 horas de gravação da invasão do Planalto.
As novas imagens são reveladoras e vão servir de combustível, muito combustível para CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que deverá ser aberta e instalada, nesta quarta-feira (26), no Congresso.
As imagens são de 33 câmeras de segurança do prédio sede do governo federal.
Os vídeos, agora, amplamente divulgados, por decisão do STF, escancarou mais ainda as sanhas e arreganhos golpistas dos apoiadores do ex-chefe do Executivo. As imagens são inescapáveis e irrefutáveis.
O bolsonarismo convocou, publicizou, organizou, financiou, patrocinou e tentou golpear a democracia e o Estado de Direito, dia 8 de janeiro. Esses fatos, ninguém poderá tentar reescrever sob pena de tentar fraudar as liberdades que permitiram superar Jair Bolsonaro, o pior e mais perverso governo da República brasileira.
Além do Palácio do Planalto, os apoiadores do ex-chefe do Executivo invadiram e destruíram várias instalações e, até, obras de arte no Congresso Nacional e no STF (Supremo Tribunal Federal).