A deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) afirmou, em entrevista ao HP, que os deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) têm agora “uma tarefa muito desafiadora, que é mostrar para o governador e, sobretudo, para o povo de São Paulo que a privatização da água é um equívoco muito grande”.
“Sou contra”, afirmou Leci, sobre o projeto do governador do Estado, Tarcísio de Freitas, de levar adiante a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a maior empresa da América Latina no setor de saneamento ambiental.
“É meu compromisso lutar contra a privatização da Sabesp porque considero a água um direito humano que deve ser garantido para todas as pessoas. Água não pode ser considerada uma mercadoria. Esta é a palavra de ordem dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa e, também, adotada pelo nosso mandato porque resume todos os motivos que temos para defendê-la. Muitos países da Europa cometeram este erro e já reestatizaram as empresas que fazem a gestão de água e energia. Nós podemos aprender com isso e não cair nesta armadilha”, afirmou a deputada.
Leci ressaltou que, com a privatização, São Paulo corre o risco de ver as tarifas de água subirem, o que seria ainda mais grave para populações das periferias. Segundo a deputada, se foi assim na Europa, “imagine aqui no nosso país, onde enfrentamos ainda problemas gravíssimos em relação à falta de saneamento básico, insuficiência de políticas de reuso e poluição do meio ambiente? É importante mostrar esta realidade para cada vez mais paulistas”.
“Eu acredito que a mobilização está intensa justamente porque o tema é urgente”, destacou Leci em relação à mobilização dos deputados da Alesp, que já criaram uma Frente Parlamentar contra a privatização da empresa.
“Temos os trabalhadores e trabalhadoras, movimentos sociais e sindicatos à frente desta luta. O nosso papel enquanto bancadas de oposição é dar todo o apoio possível aqui nesta Casa e no debate público. Estamos, sim, com um número maior de deputadas e deputados de oposição, mas também temos uma base de governo ainda mais numerosa que antes. Então, a luta precisa ser permanente e muito assertiva. Precisamos ganhar mais apoio entre os parlamentares e contamos, não só com a nossa disposição, mas com a pressão popular”, afirmou a deputada.