Por Hora do Povo
“Pegamos a casa mal cuidada, mas já estamos trabalhando, porque nossa responsabilidade é muito grande com o povo brasileiro”, enfatizou o presidente
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (6) que o governo tem uma tarefa “árdua”, mas “nobre”. “Porque precisamos entregar o país melhor, mais saudável, do ponto de vista da saúde, da geração de empregos, da educação e da civilidade. Esse país vai voltar a viver democracia”, destacou o presidente.
CASA MAL CUIDADA
“Hoje temos a primeira reunião ministerial, para organizar os trabalhos na primeira semana de presidência. Estou otimista com o início do governo. Pegamos a casa mal cuidada, mas já estamos trabalhando, porque nossa responsabilidade é muito grande com o povo brasileiro. Bom dia!”, disse Lula, cumprimentando os ministro presentes.
O presidente lembrou que já esteve ali por oito anos mas que, agora, o desafio é ainda maior. “O bom filho a casa retorna. 12 anos depois, nós estamos de volta com o compromisso de unificar o povo brasileiro, acabar com o ódio. Não acabar com as divergências, mas fazer política de forma civilizada e unificar o Brasil em torno dos interesses do próprio país”, disse.
Veja o discurso de Lula na íntegra
Lula enfatizou a importância de uma relação boa e respeitosa com o Congresso Nacional. Não vai ter deputado ou senador esperando horas para ser atendido por nosso ministros.
“Não tem veto ideológico para conversar e não tem assunto proibido em se tratando de coisas boas para o povo brasileiro. Então, eu quero que vocês saibam que vocês contem comigo porque eu tenho consciência que não é o Lira que precisa de mim, é o governo que precisa da boa vontade da presidência da Câmara. Não é o Pacheco que precisa de mim, é governo que precisa de um bom relacionamento com o Senado. E assim nós vamos governar esses quatro anos”, afirmou.
MINISTÉRIO POLÍTICO
Lula disse ter orgulho de ter montado uma equipe de políticos e que não adianta ter um governo composto por técnicos gabaritados, mas não conseguir votos no Congresso. “É preciso que a gente saiba que é o Congresso que nos ajuda. Nós não mandamos no Congresso, nós dependemos do Congresso e, por isso cada ministro tem que ter a paciência e a grandeza de atender bem cada deputado, cada deputada, cada senador, cada senadora que o buscar”, afirmou.
Lula falou da política de frente ampla, a mesma que permitiu ao país derrotar o fascismo e que o reconduziu ao Palácio do Planalto. “Nós não somos um governo de um pensamento único. Somos um governo de pessoas diferentes. E mesmo pensando diferente, temos que fazer um esforço para que no processo de reconstrução do país a gente pense igual”, defendeu.
As declarações de Lula corroboram a afirmação da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), que durante sua posse, na quinta-feira (5), disse que, ao ser convidada para assumir a pasta, alertou o presidente sobre a existência de eventuais divergências com alguns pontos da política econômica petista.
Ele fez questão de enfatizar os compromissos que seu governo assumiu com o povo brasileiro durante a campanha. “Todos nós sabemos o compromisso extraordinário que assumimos durante a campanha com o crescimento do país, com a geração de empregos. É possível fazer o Brasil voltar a crescer com responsabilidade, distribuição de renda e de riqueza”, enfatizou.
EXPORTAR INTELIGÊNCIA
O presidente voltou a enfatizar que o Brasil não pode continuar sendo um país que exporta minérios de ferro, soja e milho, que o Brasil tem que exportar inteligência. “Temos que deixar de ser um país eternamente em desenvolvimento e nos tornamos logo um país desenvolvido e socialmente justo”, defendeu.
Lula comemorou o sucesso da festa de posse e contou uma conversa que teve com o escritor Fernando Moraes. “Recebi um telefonema do Fernando de Moraes. Ele disse que a posse mais bonita que ele tinha visto tinha sido a da Argentina, mas que a nossa bateu. Eu acho que há muito tempo não víamos tanta alegria estampada no rosto do povo. E nós queremos que isso aconteça todos os dias”, disse ele.
Lula falou dos desafios na Educação. Elogiou o trabalho feito por Camilo Santana e Isolda Cela no Ceará. Lembrou que o Ceará é exemplo de sucesso na Educação. Disse que é o estado com maior número de escolas em tempo integral e deu um recado ao novo ministro. “Semana que vem, quero ter uma reunião com o ministro da Educação, para ver que escolas universidades, institutos vamos visitar, para entender a situação e para recuperarmos. Vamos ter que colocar a mão na massa para produzir e reconstruir, melhorando a educação”, afirmou.
Ele destacou a importância que está dando para este mandato que é o mandato de sua vida. “Eu tenho dito para todo o mundo que esse será o mandato da minha vida. Tenho uma obsessão para acabar com a fome no país, melhorar a vida do povo. Sei de gente que morreu com receita na cabeceira porque não tinha dinheiro para comprar remédio. Isso não pode acontecer”, disse Lula.