Por Hora do Povo
Área de fertilizantes aplaudiu intenção de elevar produção nacional. “Temos capacitação técnica, capitais e mercado em grau suficiente para retomar a industrialização e a oferta de serviços em nível competitivo”, disse o presidente
A afirmação do presidente Lula na solenidade de posse no Congresso Nacional, no último dia 1 de janeiro, de que “não faz sentido importar combustíveis, fertilizantes, plataformas de petróleo, microprocessadores, aeronaves e satélites”, repercutiu positivamente no setor produtivo brasileiro.
“Temos capacitação técnica, capitais e mercado em grau suficiente para retomar a industrialização e a oferta de serviços em nível competitivo”, disse Lula. No caso dos fertilizantes, o Brasil produz apenas 15% do que consome. Os demais 85% são importados. Para a associação do setor, há necessidade de buscar de novo equilíbrio entre produção e importações.
“Ficou evidenciado, com as adversidades da pandemia, da crise de energia e dos conflitos geopolíticos, que essa excessiva dependência é uma vulnerabilidade indesejada”, disse Ricardo Tortorella, diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) em entrevista à jornalista Míriam Leitão, da Rede Globo. “Podemos e devemos fabricar mais fertilizantes no Brasil e buscar novo equilíbrio entre produção e importações”, acrescentou.
A principal bandeira da entidade é que o atual governo mantenha o Plano Nacional de Fertilizantes com objetivo de reduzir a dependência para 45% até 2050. O grupo de trabalho agro da transição recomendou o fortalecimento do plano. “O governo pode facilitar o aumento da produção nacional de fertilizantes ao melhorar o ambiente de negócios em suas diversas frentes, como a segurança jurídica, a melhoria logística, a produção, a inovação, o crédito e a distribuição”, defendeu Tortorella.
De acordo com Míriam Leitão, os dados, de janeiro a outubro, a produção nacional acumulada de fertilizantes intermediários foi de 6,26 milhões de toneladas, com aumento de 6,2% na comparação com igual período de 2021, quando se registraram 5,90 milhões de toneladas. Na mesma base de comparação, a importação alcançou 30,03 milhões de toneladas, ante 31,47 milhões (redução de 4,6%).
Tortorella considera que a recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) pode ser positiva para o setor de fertilizantes, pois prioriza, fortalece e foca na indústria nacional.
“O fato do comando estar com Geraldo Alckmin que, além de contar com a experiência de já ter governado o Estado mais industrializado do Brasil, é o vice-presidente, o que garante navegar de forma matricial por todos ministérios, facilitando buscar os resultados para a reindustrialização do Brasil”, afirmou o líder empresarial.