A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação argumentou que o domínio da ciência é fundamental para tornar competitivas as empresas
por Iram Alfaia
O presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, elogiou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, por defender o papel da ciência “como chave” para o aumento da produção no país.
“E não só aumento de produção, mas também uma distribuição de resultados da produção socialmente justa, é isso que a gente espera”, disse Janine ao Portal Vermelho após a posse no cargo da presidenta nacional do PCdoB e ex-governadora de Pernambuco.
A ministra argumentou que o domínio da ciência é fundamental para tornar competitivas as empresas, aumentar a produtividade e a produção de riqueza, além de posicionar o país “com altivez no mundo, combatendo a dependência de tecnologia estrangeira”.
“Vamos expandir e consolidar o sistema nacional de ciência tecnologia e inovação, combatendo as múltiplas assimetrias que ainda existem em seu interior. Vamos ter foco em programas nacionais que alavanque a capacidade do país em áreas estratégicas, como complexo industrial e tecnológico da saúde, as tecnologias da informação e da comunicação visando a transformação digital do país, transição energética, o programa espacial, a nanotecnologia, o programa nuclear e tecnologias críticas na área da defesa”, defendeu Luciana.
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O ex-ministro da Educação diz que sua expectativa com a nova ministra está resumida no fato de que o Brasil voltou. “Isso depois de anos de uma campanha talvez muito bem feita ou muito inepta, mas que teve um efeito grande de aumentar a Covid, a ignorância e o preconceito no Brasil”, considerou.
Com a posse de Luciana e de outros ministros, Janine diz que o governo volta a fazer uma pauta normal e civilizatória. “E a gente espera isso em todas as áreas: na saúde, nos direitos humanos no tocante a democracia e na questão da ciência e tecnologia”, defendeu.
Recursos
O presidente da SBPC também considera que o grande desafio da ministra será recompor os recursos da pasta que foram esvaziados pelo governo Bolsonaro.
Janine diz que recompor o orçamento será o primeiro desafio de Luciana, mas não é a única pasta que se encontra nessa situação.
“As pastas diretamente éticas como mulheres, direitos humanos, igualdade racial e povos originários, todas essas pautas, foram reduzidas há muito pouco pelo governo que terminou. Então todas elas precisam recompor o orçamento e também ter muito inteligência”, afirmou.
De acordo com Luciana, houve um verdadeiro apagão no financiamento da ciência brasileira. Para se ter uma ideia, os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, principal fonte de financiamento público da ciência, foram reduzidos de R$ 5,5 bilhões em 2010 para apenas R$ 500 milhões em 2021.
“São recursos que seriam aplicados no desenvolvimento e na produção de medicamentos e vacinas e em pesquisas sobre tratamento de doenças, como o câncer. Recursos que seriam investidos em ações de inovação e na infraestrutura de institutos que se dedicam, por exemplo, às áreas de energia, petróleo, mobilidade, meio ambiente e tecnologia da informação. Trata-se de uma afronta a legislação aprovada no Congresso Nacional”, criticou a ministra.