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Alta na importação de combustíveis e fertilizantes causa déficit recorde na indústria

    Por Hora do Povo  Publicado em 18 de dezembro de 2022

    De janeiro a setembro, o déficit acumulado atingiu US$ 47,07 bilhões, o pior resultado para o período desde 2014, segundo dados do Iedi

    O aumento de importações de combustíveis e fertilizantes deve levar a indústria de transformação a encerrar o ano de 2022 com déficit recorde na balança comercial. De janeiro a setembro, o déficit acumulado atingiu US$ 47,07 bilhões, o pior resultado para o período desde 2014, quando o saldo negativo anual ficou em US$ 50,58 bilhões. No ano passado, até setembro, o déficit foi de US$ 37,3 bilhões, um aumento de 35% no saldo negativo.

    O déficit até o terceiro trimestre é resultado de US$ 135,93 bilhões em exportações e US$ 183 bilhões em importações. Os dados são do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), divulgados pelo Valor Econômico.

    O extraordinário crescimento das importações alavancado por preços e quantidades de itens como fertilizantes e combustíveis foram responsáveis por 70% do aumento das importações da indústria de transformação de janeiro a setembro deste ano, na comparação com igual período do ano passado.

    Considere-se, ainda, que os mesmos itens já há algum tempo representam os principais dispêndios nas importações de manufaturados.

    Ao contrário de investir e ampliar o parque nacional de refino, o que se viu no governo que se encerra foram cortes nos investimentos, venda de refinarias e a paralisação das obras das plantas do Comperj no Rio de Janeiro e de Abreu e Lima em Pernambuco, aumentando a dependência da importação dos derivados do petróleo.

    Em fevereiro de 2020, a direção da Petrobrás, com aval de Jair Bolsonaro, fechou a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), localizada na cidade de Araucária e colocou à venda a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (UFN1) em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

    Considerando a intensidade tecnológica, o saldo negativo foi puxado pela alta e média-alta tecnologia, que no acumulado até setembro registraram déficits de US$ 32,04 bilhões e US$ 63,02 bilhões, respectivamente, recordes para o período em toda a série histórica do Iedi, iniciada em 1997. O instituto destacou a deterioração grande da indústria de alta tecnologia que reúne a fabricação de aeronaves, indústria farmacêutica e complexo eletrônico.

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