O Brasil restabelecerá relações diplomáticas com a Venezuela a partir de 1º de janeiro, informou nesta quarta-feira o futuro chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
Com a volta do esquerdista Luis Inácio Lula da Silva ao poder pela terceira vez, o Brasil reatará as relações com a Venezuela, presidida por Nicolás Maduro, que já havia manifestado vontade de dialogar com seu futuro homólogo, após ter vencido em outubro 30 antes do atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Com efeito, o ministro das Relações Exteriores nomeado tem dito que a decisão de reatar as relações com o governo Maduro parte de Lula, que tomará posse como chefe de Estado do Brasil em 1º de janeiro.
“O presidente (Lula eleito) me instruiu a restabelecer as relações com a Venezuela e o faremos a partir de 1º de janeiro”, disse Vieira a repórteres em Brasília (capital).
Ele detalhou que, primeiro, o Brasil enviará um empresário para retomar as atividades em Caracas e reabrir a embaixada. “Posteriormente, nomearemos um embaixador para o governo de Maduro.”
Questionado sobre o adversário Juan Guaidó, que Bolsonaro considera presidente interino da Venezuela, Vieira afirmou que “o governo que foi eleito é o governo de Nicolás Maduro”, portanto, as relações serão restabelecidas com “o governo que lá for eleito”.
Por que Venezuela e Brasil romperam relações?
O governo cessante do Brasil, liderado pelo direitista Bolsonaro, reconheceu Guaidó como o presidente legítimo da Venezuela desde 2019, o que o levou a Caracas no ano seguinte para suspender suas relações diplomáticas com Brasília.
Segundo a mídia local, a embaixadora de Guaidó no Brasil, María Teresa Belandria, a quem Bolsonaro reconheceu como representante do país bolivariano, já se prepara para deixar o país antes da posse de Lula.
Guaidó perdeu apoio no ano passado, mas continua tendo o reconhecimento dos Estados Unidos, embora a Casa Branca tenha abordado o Executivo venezuelano este ano com pelo menos duas visitas de delegações norte-americanas a Caracas para se reunir com Maduro e outros altos oficiais.
Com a posse antecipada de Lula, vários países latino-americanos, entre eles Peru, Colômbia, Bolívia, Nicarágua, Venezuela, Cuba, Chile, Honduras e Argentina, serão governados pela esquerda, alguns dos quais têm relações frias com o governo do presidente americano Joe Biden.
Via HispanTV