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MOVIMENTO EM DEFESA DA SOBERANIA NACIONAL

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Intermitentes e Permanentes: como devem funcionar?

    Foi nesse dia 15 de agosto que o Brasil todo sofreu o maior apagão dos últimos 10 anos. O que aconteceu? Ninguém explicou direito ainda e o culpado foi um equipamento de supervisão, sem CPF nem CNPJ.

    Lendo o Relatório da Ocorrência elaborado pelo O.N.S. o sistema inteiro, – que tem 100 GW de demanda -, estava dependendo de 8 GW gerados apenas por fonte eólica na regão Nordeste, quando aconteceu o imprevisto.

    Ou seja, o sistema inteiro estava dependendo em expressivos 8% de uma fonte classificada como intermitente pela legislação e pela literatura técnica mundial.

    Tudo ia bem quando, de repente, os ventos diminuíram muito rapidamente, como pode acontecer com uma fonte intermitente durante uma calmaria. Do mesmo jeito que Pedro Alvares Cabral contou a El Rey Don Manuel, quando voltou com a notícia do descobrimento do Brasil.

    Essa perda de geração eólica repentina, sem a retaguarda de hidrelétricas que poderiam suprir rapidamente a falta apenas abrindo um pouco mais os injetores, provocou uma sucessão de desequilíbrios que foram desligando em sequência um total de 22,54 GW nas regiões Nordeste, Norte, Sudeste, Centro Oeste e Sul.

    Exatamente como prevíamos já no Relatório ABRAPCH 003/15 na página 47 Como se fosse um dominó, as interligações foram se desconectando, apagando mais de 20% do sistema todo do Brasil. Relatório 003/15 na página 47.

    Segundo o SIPOT, sistema de informações do potencial hidrelétrico da ELETROBRÁS e o SIGA, o similar da ANEEL, os estados do Nordeste possuíam em 2019, como remanescentes, considerando apenas a Bacia do São Francisco, 11,47 GW de novas hidrelétricas acima de 5 MW, disponíveis para serem construídas e que poderiam ser usados ainda na piscicultura, na irrigação, na fruticultura, turismo e muitas outras atividades, com os benefícios apontados no Relatório Técnico 003/15 da ABRAPCH já em sua página  3

    Essas usinas teriam impedido, por meio de planejamento adequado, que as eólicas da região ficassem sozinhas no Nordeste, tendo que aguentar, além do consumo local, a exportação para as demais regiões, de nada menos do que 8 GW, que equivalem a 8% da demanda nacional.

    Mesmo sendo leigo, o prezado leitor pode já no começo deste artigo perceber isso nesse Relatório de Perturbação do ONS, Operador Nacional do Sistema, nas páginas 3, 7, 35, 37. 59, 71 e 90. Especialmente nas páginas 3, 71 e 92.

    Na página 71 fica claro que as ações para controle pós-ocorrência foram, no Nordeste, as seguintes: “limitar a geração eólica” pois não era mais possível manter com confiança o valor a maior que havia sido adotado. E nas regiões Sudeste, Sul e Centro Oeste, as ações foram “maximizar a geração hidráulica para reestabelecer o balanço/carga geração”

    E na página 92 se pode ver como a recomposição do sistema foi dificultada por falhas atribuíveis aos próprios agentes, talvez fruto até mesmo da privatização e demissões correlatas.

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