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Venda do Polo Potiguar e a “porta giratória” da Petrobrás

    A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) autorizou a conclusão da venda do Polo Potiguar (RN),

    no último dia 7. Com isto a Petrobrás transferiu 100% de sua participação para a empresa 3R Petroleum.

    A Petrobrás deixa de operar 22 campos de óleo e gás, toda a infraestrutura e sistemas de dutos que dão suporte à operação e as instalações do Ativo Industrial de Guamaré, que inclui as unidades de processamento de gás natural, a Refinaria Clara Camarão e o Terminal Aquaviário.

    O processo de compra foi assinado no início do ano passado, mas vale ressaltar que os estudos para se desfazer do ativo teve início ainda na gestão de Roberto Castello Branco na presidência da Petrobrás. E a conclusão do processo se dá com o mesmo Castello Branco, agora presidente do Conselho de Administração da 3R Petroleum.

    É a repetição do moto contínuo que a AEPET chama de “porta giratória”, com a Petrobrás vendo profissionais que entram e saem da empresa, carregando consigo informações estratégicas. O caso de Castello Branco e a venda do Polo Potiguar é, no mínimo, intrigante.

    A FUP, inclusive, entrou com uma Ação Popular contra a negociação, alegando potencial conflito de interesses. E, segundo a FUP, Castello Branco não é o único ex-gestor da Petrobrás que assumiu cargos na 3R.

    Rosangela Buzanelli, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás, afirma: “A venda do polo é uma perda lastimável para a Petrobrás e, principalmente, para a população da região que já começou a sofrer os efeitos da privatização. Uma das primeiras medidas da gestão privada foi aumentar o preço dos combustíveis. Um dia depois de ser privatizada, de acordo com divulgações da imprensa, a refinaria passou a vender o litro da gasolina R$ 0,23 mais caro e o diesel subiu R$ 0,51”.

    A AEPET reafirma sua postura contra a venda de ativos da Petrobrás, inclusive com ações judiciais que revertam as vendas já efetuadas.

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