Visita altamente simbólica marca retomada dos investimentos estratégicos após o ataque à soberania pela Lava Jato
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz nesta quinta-feira (23) uma visita ao Rio de Janeiro, onde se reunirá com oficiais da Marinha para supervisionar o Complexo Naval de Itaguaí. É lá que são construídas as embarcações previstas no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub).
Após ter pacificado as relações entre Forças Armadas e os poderes constituídos, o presidente Lula vem se aproximando dos militares ao mesmo tempo em que busca a despoilitização das tropas e o julgamento dos militares envolvidos na tentativa de golpe em 8 de janeiro.
Na semana passada, foram apresentados ao presidente Lula os projetos estratégicos da Marinha, como o Programa Nuclear da Marinha (PNM) e o Prosub.
Uma das intenções declaradas do presidente é a modernização das Forças Armadas e da indústria de defesa no Brasil.
A visita desta quinta-feira é altamente simbólica. O Prosub foi idealizado pelo Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, que foi preso e condenado em 2015 pelo ex-juiz parcial Sergio Moro em um ataque à soberania do país. Moro ficou rico quebrando o país, tendo deixado o cargo de juiz para trabalhar na Alvarez & Marsal, em uma mudança que críticos veem como caso de “porta giratória”.
Durante sua estadia na prisão, o almirante Othon tentou ser ouvido, sem sucesso, teve pedidos de soltura negados, ficou doente e chegou a tentar o suicídio. Ele é um dos maiores cientistas brasileiros e responsável pelo programa nuclear do País. Segundo ele, sua prisão interessava a agentes internacionais. É sabido que a Lava Jato colaborou com Washington.
Em seu Twitter, o presidente Lula anunciou a visita: “Hoje estou no Rio de Janeiro, onde visitarei a construção de submarinos pela Marinha em Itaguaí e também participarei do relançamento de programas de fomento à cultura, para recuperarmos empregos e a produção artística brasileira”.
Em relação à cultura, o presidente Lula vai assinar o novo decreto da Lei Rouanet. Nomeado ‘Ato Pelo Direito à Cultura, Novo Decreto do Fomento’, um dos focos da legislação é levar recursos para regiões do país nem sempre atendidas pelas políticas públicas atuais.