Por Nicole Luy, 07/12/22
No dia 22/11, no centro de Curitiba, o músico Odivaldo Carlos da Silva, conhecido como Neno, foi espancado e agredido por insultos racistas por um homem com um cassetete e uma faca. O agressor, Paulo Cezar Bezerra, possivelmente é adepto do neonazismo, no mesmo dia agrediu uma pessoa em situação de rua, tem histórico de mais agressões desse tipo e também responde por tentativa de homicídio em outro caso.
O caso motivou a atuação do Movimento Negro, do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial do Paraná (Consepir), do mandato da deputada federal eleita Carol Dartora, que acionou o Ministério Público, a Defensoria Pública e o Conselho Nacional de Direitos Humanos, e de advogadas e advogados que se colocaram para defender Neno, dentre elas a advogada Rita Lins e Silva, que faz parte da coordenação nacional do MDSN. O criminoso racista Paulo Cezar Bezerra foi preso na quarta-feira, 30/11.
O combate ao racismo precisa ser o norte daqueles que pretendem lutar por um país justo, soberano e igual. Os séculos de escravidão no Brasil deixaram aberta até hoje uma grande chaga que é mantida pela pobreza, pela desigualdade e pela violência policial que atingem de forma brutal a população negra, herança maldita da colonização perpetrada até hoje por uma elite mesquinha e antinacional.
A luta pela soberania brasileira não se concentra apenas na defesa dos recursos naturais, do patrimônio público e das empresas estratégicas, ela também passa necessariamente pela defesa da dignidade do povo brasileiro. E falar em vida digna no Brasil é falar em combate ao racismo em todas as suas formas, estrutural e institucional, que infelizmente encontraram terreno fértil no bolsonarismo e no neonazismo que se fortaleceram nos últimos anos.
O MDSN se solidariza com Neno, espera que o criminoso racista seja punido e se soma à luta antirracista e antinazista por acreditar que a luta pela soberania também é uma luta por emancipação e igualdade entre o povo brasileiro e isso significa um país livre do racismo e da violência, infelizmente ainda muito presentes no nosso cotidiano.
Foto: Plural Jornal